Crítica de ‘Borderlands’ Tudo o que você odeia em jogos que você não gosta

Tudo em Borderlands, de Eli Roth, parece estar a pelo menos uma década de distância. Do senso de humor retirado diretamente do Reddit por volta de 2011 ao elenco formado por atores que são inesperadamente décadas mais velhos do que os personagens que retratam, cada segundo me deixou – um fã dos dois primeiros jogos da franquia – me perguntas como e por que diabos ele existe em 2024.

Com um elenco composto pelos vencedores de Oscar Cate Blanchett e Jamie Lee Curtis, a comédia é estrelada por Kevin Hart e Jack Black, além de um diretor cujo nome é reconhecível (pelo menos). Borderlands teoricamente traz um nível de prestígio que muitas outras adaptações de videogame não têm. Mas a teoria e a prática são duas coisas diferentes, e quando se trata desta última, Borderlands é uma adaptação que é igualmente triste e desnecessária.

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Não, obrigado, Chris Pratt. O ‘Super Mario Bros.’ perfeito. O filme já existe.

Dito de uma forma diferente: Às vezes, um videogame só precisa ser um videogame.

E quanto às Fronteiras?

Vimos você do outro lado do bar, etc.

Crédito: Lionsgate

Nossa jornada começa com Roland (Hart), um soldado comum e certinho. O volátil rolo compressor Krieg (Florian Muntenu, um boxeador alemão que acabei de saber também é conhecido como “Big Nasty”) é enviado para resgatar uma jovem muito especial chamada Tina (Ariana Greenblatt da Barbie) em uma estação espacial em explosão de uma prisão . célula. O trio segue para o acidentado planeta deserto de Pandora, conhecido por seu deserto sem lei repleto de caçadores de tesouros em busca de um antigo cofre encontrado que tem conexão uma especial com Tina.

Acontece que Tina é filha do vilão corporativo Atlas (Edgar Ramirez), cujo esquadrão paramilitar de elite Crimson Lance empregou anteriormente Roland. Atlas contrata a implacável caçadora de recompensas Lilith (Blanchett) para rastrear Tina e trazê-la de volta às suas garras. Mas talvez 15 minutos depois do início da tela, Lilith se une a Roland, Krieg e Tina para encontrar o cofre, na esperança de usar o que está dentro para impedir o plano de Atlas de assumir o controle.

Ah, e Jack Black está emprestando sua voz aqui como Claptrap, o robô “adorável” que mais ou menos serve como mascote da franquia. Ele é muito chato, o que é perfeito para esportes, eu acho.

Por favor, fique quieto por dois minutos.

Eu realmente não entendo por que ela usa orelhas de coelho.

Crédito: Lionsgate

Narrativamente, Borderlands é um estranho amálgama dos dois primeiros jogos. Roland e Lilith são do primeiro jogo, enquanto Krieg e Tina estrearam na sequência. Atlas é um personagem original do filme que desempenha o mesmo papel de “CEO do Evil Murder” que Handsome Jack. Borderlands 2 , mas com todo o carisma de um cara apresentando um vídeo de segurança de uma companhia aérea. Eu estimaria que ele ficasse na tela por no máximo 10 minutos.

Os trechos de enredo e desenvolvimento de personagens que existem servem apenas para explicar as trocas distorcidas e cheias de piadas entre as sequências de ação de Borderlands. A este respeito, S. Borderlands é fiel ao material de origem; A grande piada entre todos os jogadores é que você deve jogar com os diálogos silenciados.

Este tempo de execução misericordiosamente curto de 102 minutos de alguma forma coloca Borderlands em desvantagens, já que absolutamente nada tem tempo para respirar. Quase todas as piadas lançam frases curtas que às vezes são surpreendentemente fáceis de perder, embora eu diria que você realmente não está perdendo nada. A única piada que tem tempo para brilhar é uma dose des confortavelmente longa de pílulas para fazer cocô.

Este é um filme que pensa que “badonkadonk”, uma palavra que está no léxico da cultura pop há pelo menos 22 anos, é uma coisa muito engraçada de se dizer em 2024. Segundo Borderlands, o mais absurdo e distorcido do planeta é um jovem que utiliza linguagem vulgar e ameaça as pessoas com armas. Foi meio inteligente quando eu tinha 14 anos. Kick ass estava nos cinemas, mas não está mais.

Posso garantir que me divirto bastante em um momento específico do filme, quando Craig quase não disse nada. “Agradecido!” Depois de ser chamada de linda. É apenas uma das falas feridas com entusiasmo honesto, e eu gostei disso.

Borderlands sofre, acima de tudo, de uma grave falta de silêncio. Cada momento é interrompido para 11 sem uma breve pausa, quase como se Roth informasse que deixou o público pensar por um ou dois segundos sobre o que conseguiu é suficiente para fazê-los se levantar e fazer outra coisa com suas vidas pode motivar a fazer.No final, eu queria muito que todos calassem a boca.

Eu não sabia que Cate Blanchett poderia ser má.

Kate, não.

Crédito: Lionsgate

Não é fácil para ninguém salvar um roteiro que possa ser avançado como crime de guerra, mas nenhum dos Borderlands está se esforçando para fazê-lo. Hart é estranhamente retratado como um homem hétero cômico, recentemente se envolveu em uma conversa rápida e alegre que há muito tempo é sua assinatura. Curtis, para seu crédito, traz emoções divertidas e sarcásticas de tia como a arqueóloga da equipe, Tennis, mas seu personagem é tão pensadora que isso realmente não importa.

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Os gritos de Black como Claptrap são pelo menos legítimos aos jogos, embora não sejam muito divertidos de ouvir. Muntenu não precisa fazer muito além de pronunciar palavras monossilábicas às vezes como Krieg, que honestamente é meu personagem favorito porque mal fala.

A vez de Blanchett como Lilith merece uma menção especial aqui, porque é a primeira vez que vejo o telefone dela com uma performance tão terrível. Ele provavelmente tem mais diálogos no filme, e quase nada é entregue de forma convincente. A atuação é mais do que apenas a fala, é claro,mas todas as suas leituras são tão estranhas e afetadas que realmente distraem desde o início.

Entendo. Se eu fosse um ator talentoso, nem me sentiria entusiasmado com essas coisas. No entanto, não proporciona uma ótima experiência de visualização. Embora isso não afete necessariamente seu desempenho, também salientarei que Blanchett, Hart e especialmente Curtis estão em jogos significativamente mais antigos do que os personagens que interpretam. Todo mundo se sente deslocado.

O momento em que percebi o que queria em Borderlands deixou claro que Tiny Tina de Greenblatt é o personagem mais importante da história. Se você não sabe, Tiny Tina é notoriamente um dos personagens mais odiados da história dos videogames. Todo o seu truque nos jogos é “garotinha que adora explosivos e fala em AAVE”, e isso é praticamente mantido aqui.

Para ser justo, não é culpa de Greenblatt que Tiny Tina esteja tão chateada quanto ela. O material exige que ele seja verdadeiramente brutal e nojento, ao mesmo tempo que entrega versos que fazem Shakespeare se arrepender de sua contribuição para a língua inglesa. Não considero a presença de Tiny Tina neste filme contra Greenblatt, mas sim contra as pessoas que criaram o personagem em 2012.

Furio pega

É uma cena de perseguição de carro muito ruim.
Crédito: Lionsgate

Os jogos Borderlands são principalmente sobre tiros, então, naturalmente, há muitas cenas de ação no filme Borderlands . Nada disso é nem um pouco novo ou interessante. nenhum

Surpreendentemente, o filme foi classificado como PG-13, embora os jogos justifiquem uma classificação R. Isso significa que quaisquer oportunidades para a violência divertida e estúpida que você vê nos jogos são interrompidas antes mesmo de começarem. Cada tiroteio consiste em fotos de nossos heróis tentando parecer legais, disparando armas, intercaladas com fotos de bandidos literalmente anônimos e sem nome que caem sem sangue.

Não há fisicalidade ou dinamismo nessas cenas, como você pode ver em um filme de ação competente como John Wick . Algumas das tentativas patéticas do filme de coreografias de luta interessantes são obscurecidas por iluminação insuficiente ou cortes irregulares. Há um momento em que parece que Lilith pode matar um bandido de uma forma que faria as pessoas pularem da cadeira em um filme melhor, mas você realmente não consegue ver porque é um estroboscópio piscando. , sem motivo aparente.

Talvez a decisão mais confusa que Roth tomou de deixar de fora totalmente sejam as armas estranhas que os jogos Borderlands permitem . Um dos maiores argumentos de venda desde o primeiro jogo foi que você pode encontrar armas que se transformam em granadas que podem ser lançadas quando ficam sem munição, ou emitem um grito humano quando você atira, ou cobrem os inimigos com ácido, ou um milhão de outras coisas divertidas. variáveis. . Algumas das armas do filme parecem incomuns, mas todas disparam balas normais. vamos!

O maior pecado de Borderlands como filme de ação pode ser o fato de que seu cenário lembra muito Mad Max e a estreia de Furious em Cannes ocorre poucos meses após seu lançamento massivo no final do verão . Além do fato de Furious ser um foco brilhante e brilhante em temas originais, é também um filme de perseguição de carros muito bem-sucedido, dirigido pelo mestre do gênero George Miller.

Eli Roth não é George Miller e Borderlands não está irritado . Há uma grande cena de perseguição de carro na primeira metade do filme que é tão embaraçosa em comparação com Furious (ou Fury Road ou qualquer outro filme de Mad Max ) que se eu fosse Eli Roth não deixaria ver a luz do dia. É uma bagunça de vômito CGI realmente horrível, com capturas de tela verde tão obviamente falsas que você quase poderia me convencer de que eram menores, se aparecessem em um filme mais inteligente.

Não há sensação de perigo nessas sequências. Além disso, é impossível dizer onde qualquer um dos veículos está em relação aos outros veículos, e a coisa toda acaba cobrindo os heróis de mijo de insetos. Nesse momento, o público pode se identificar.

A lição aqui é que se George Miller vai lançar outra obra-prima, talvez faça seu próprio filme de ação no deserto de baixa qualidade para que ninguém pense em comparar os dois.

Um filme de Borderlands chegou 10 anos atrasado.

Embora o desenvolvedor Gearbox tenha continuado a fazer os jogos Borderlands da última década (com grande sucesso financeiro ), eu e muitos de meus colegas de jogos sentimos há muito tempo que sua hora de brilhar acabou por volta de 2014.

Em 2009, o primeiro jogo se destacou porque combinava a mecânica de RPG com tiro em primeira pessoa que era bom – algo que nunca havia sido feito antes nessa escala. Ele também tinha um estilo de arte e senso de humor únicos, que foram longe em uma era dominada pela gentileza. Sempre batendo no trabalho . A sequência de 2012 foi mais do mesmo, mas a fórmula ainda era útil e me diverti muito com ela. No entanto, meu senso de humor evoluiu bem a partir da cultura pop desatualizada e das referências aos memes da Internet que influenciaram esses jogos. E na última década surgiram muitos outros híbridos de RPG/shooter que desmentiam a singularidade de Borderlands .

É incrivelmente perturbador, então, que alguém tenha decidido transformar Borderlands em um filme em 2020. As adaptações de jogos sempre perdem, por necessidade, os tipos de interatividade dirigida ao jogador que fazem dos videogames, bem, videogames. Às vezes, o jogo em questão tem conteúdo suficiente para cobrir tudo, mas Borderlands não. É uma série que faz sentido em um momento específico inteiramente por causa das circunstâncias que a cercam.

Quando você remove o divertido tiroteio cooperativo e transforma tudo em piadas irritantes, você obtém um dos piores filmes que já vi em anos. Parabéns a todos os envolvidos por, de alguma forma, fazerem um filme que se parece muito com Borderlands, sem ser muito parecido com Borderlands em qualquer aspecto que importe.

Borderlands já está nos cinemas.